sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Biodiesel

Hoje trago um episódio bastante caricato que como não podia deixar de ser, se passou neste jardim à beira mar plantado, mais concretamente na freguesia da Ericeira, no concelho de Mafra. Pelo que me pareceu aquando a sua entrevista na TSF, tratou-se do honesto e empreendedor presidente da junta de freguesia da Ericeira que resolveu aproveitar, com um programa de recolha porta – a – porta bastante eficaz, os óleos alimentares, transformando-os em biodiesel para os utilizar nos próprios carros do lixo. Até aqui e pelo que já leram, parece uma ideia sensacional! O problema começa agora…! A dita junta de freguesia foi multada no valor de 7000 euros! Poderão alguns leitores pensar que não se trata de um tão grande valor! Mas sabendo que o orçamento fornecido pelo estado para a dita junta é de apenas 55 000 euros, vemos que se trata de uma multa que ronda aproximadamente os 13% do valor total! Como é lógico esta multa não veio por obra e graça do espírito santo…A “boa e honesta” Direcção-Geral de Finanças do Ministério da Economia e a Direcção-Geral de Alfândegas informaram-no de que necessitava de legalizar a produção de biodiesel. Como seria de esperar e como honesto cavalheiro que é, o presidente da junta fez todos os esforços para se legalizar e depois de ter preenchido uma série de requisitos, ficou muito espantado ao deparar que a quota de produção estava esgotada! Ou seja, mesmo que cumpra todas as normas de segurança requeridas para a produção deste combustível alternativo, é impossível que a produza de uma forma legal, uma vez que só é permitido produzir em Portugal determinada quantidade de litros de biodiesel! Este episódio lembra-me por momentos a polémica que ocorreu há uns tempos com as cotas de leite produzidos em Portugal! Será possível que este país “impeça” os agricultores de produzirem leite e depois importarem-no de Espanha ou outros países? Não entendem que assim o dinheiro “sai para fora” do país? Enfim…
Voltando ao assunto dos biocombustíveis….
Após esta tentativa frustrada da legalização da produção, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) multou a junta de freguesia em sete mil euros por lesar o Estado, ao deixar de comprar combustíveis fósseis, porque ao não os comprar, o Estado não arrecadaria a percentagem de 50 por cento. Digo-vos que esta pseudo – polícia, chamemos-lhe assim, tem o seu “quê” de valor! Mas também por vezes faz cumprir regras que só visto… Peço desculpa, mas mais uma vez tenho que fazer aqui um pequenino aparte! Onde é que já se viu… e isto não é uma pergunta retórica!... Onde é que já se viu um país onde se exija o fim do uso de colheres de pau (e sinceramente com toda a legitimidade, uma vez que a madeira humedecida é um local bastante agradável para a “procriação de bactérias”) em todos os locais de venda de alimentos ao público como por exemplo restaurantes, cafés e bares, excepto e repito excepto nos conventos onde se fabricam doces como as famosas barrigas de freira que o nosso Presidente da República tanto gosta e que vão ser vendidas ao público! Ah…! Claro…como é que não pensei nisso! Convento…convento, santo… santo, benzido…benzido, livre de bactérias! Oh… Estou a ficar muito pouco perspicaz… Mais uma vez digo... Enfim...!
Bem...voltando mais uma vez ao assunto principal… O herói desta história acabou por não pagar a multa, que está a acumular e juros ao dia! Espero que não dê para o torto! Acaba também por perguntar se o carro que a junta de freguesia possui movido totalmente a energia solar, vai ser objecto de multa! Seria de facto hilariante! O que ainda me falta referir, e que acho que é o que mais há para louvar, é o facto do gasóleo com que deveriam abastecer os camiões do lixo é fornecido gratuitamente! Isso mesmo, gratuitamente! Ajudar o ambiente “por amor à camisola”… Dá que pensar…outro qualquer pensaria: Eh lá…! Gasóleo de graça? Polui? Ai sim…? Oh mulher…hoje levo a BMW e atesto à custa da câmara! Depois disto eu digo: Bem-haja Sr. Presidente da Junta de Freguesia da Ericeira pela sua iniciativa!
Não se devem ter apercebido…mas temos aqui uma situação deveras paradoxal. Aqui há uns tempos havia aí uma campanha para a instalação de painéis solares, na tentativa de minimizar os consumos energéticos das famílias portuguesas! Maravilha! Claro que não vou referir o facto de no princípio do programa apenas uma ou duas empresas estarem devidamente licenciadas para produzir os painéis! Se não tivessem entrado os media ao barulho, talvez ainda estivessem essas mesmas duas empresas a arrecadar uns chorudos milhões…Isso daria pano para mangas…
O engraçado é ver a facilidade com que o estado não aumenta as cotas de produção de biodiesel concomitantemente que multa um indivíduo que tenta evitar alguma poluição as suas próprias custas!
Já agora…Vale a pena pensar nisso!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Lenda urbana

No passado sábado de manha, bem cedo, como exigem certas e determinadas tarefas como foi o caso, fiz uma pequena visita a um dos locas mais heterogéneos e fantásticos do Porto - A Feira da Vandoma! Feira que é bem conhecida (pelos que a conhecem) pela enorme panóplia de produtos em segunda mão que por lá se podem encontrar! Desta vez e contrariamente ao que já fiz num passado bem “presente” não fui tentar ganhar uns trocos mas sim numa tentativa e infelizmente frustrada de encontrar alguns artigos recentemente roubados… Sim! É o local onde devem ir quando se apercebem que foram assaltados por exemplo numa sexta-feira à noite! Eu próprio já assisti a uma ou duas recuperações desses ditos artigos pelos seus legítimos proprietários, sempre acompanhados por dois agentes da Polícia de Segurança Pública! Após a minha visita, e como ainda tinha algum tempo disponível (sim porque a abertura da feira é ás 6.00, da manha, claro), resolvi fazer um passeio pelas ruas do famoso bairro das Fontainhas. Neste meu passeio matinal fui em direcção à antiga ponte ferroviária da cidade para ver em que andamento estaria a obra que tanto ouvi falar no jornal. Vi e fiquei bastante contente com o que vi! Pelo menos está em obras, pensei. Não é mais um dos monumentos que vai ser deixado para trás! Acabei por dar mais umas voltas por aquela tão típica zona do Porto quando reparei num pequeno miradouro sob o Rio Douro que me convidou a apreciar o que de tão belo tinha para mostrar. Pena não ter levado a máquina… Mas para a próxima já sei! Quando me sentei num pequeno muro deste tão escondido “ponto de vista” reparo num senhor que me pareceu ter vindo do nada, que me disse que sempre que cá vinha se sentia com as forças renovadas! Palavra puxa palavra e acabou por me dizer que tinha nascido e crescido naquela zona, conhecendo-a por isso, como a palma da sua mão. Concomitantemente os meus pensamentos andavam a vaguear entre as minhas imaginações de como seria o porto de há 50 ou 60 anos atrás e um livro que li há pelo menos 10 anos. Um livro que muita gente poderá ter lido e continuar a ler, uma vez que é intemporal! Falo-vos de um dos livros da colecção “Uma Aventura”, nomeadamente ”Uma Aventura no Porto”, principalmente no final do livro onde estava descrito o que era “real nesta aventura”. Confesso que este livro me marcou bastante, tendo deixado em mim o bichinho pela descoberta onde figuram as passagens (tão) secretas (que nunca as consegui encontrar), os subterrâneos, os símbolos e signos que sempre escondem alguma informação importante. Enfim… O certo é que naquele momento ganhei alguma coragem e perguntei ao senhor se alguma vez tinha ouvido falar num túnel que se pensa passar por baixo do rio, tão bem descrito nesse pequeno livro, cuja entrada ficava naquela zona (sim, porque nunca desisti de o procurar por isso já sabia alguns pormenores sobre ele como o suposto local de entrada, bem como algumas teorias para a sua utilização). Ao contrário de tudo o que podia esperar naquela altura, o senhor respondeu-me: “Claro que já! Se quiser até lhe mostro onde é a entrada!” Mesmo tendo a idade que tenho, e acreditem ou não, o meu coração começou a bater bem mais depressa, tendo ficado mesmo um pouco embaraçado comigo com o sucedido. Depois encolhi mentalmente os ombros e continuei atento à explicação como se fosse um miúdo a ouvir as instruções para o local onde foi enterrado o tesouro dos piratas! Acreditem ou não, aquando a minha chegada a este local, reparei numa grande porta de ferro que dava para uma espécie de cave, que como não podia deixar de ser, fui verificar se estava fechada (nesta altura ainda nem me passava pela cabeça a ideia do famoso túnel! Fui lá…porque sim). E… acreditem ou não, essa foi a porta que me foi apontada como sendo a porta de entrada para o túnel. Para além desta minha nova descoberta soube também que existe um outro túnel que vai da antiga PIDE que agora é o actual Museu Militar até á zona ribeirinha e que junto à entrada do primeiro túnel existia uma espécie de forno que a PIDE utilizava para a eliminação dos “restos das suas torturas”. Claro que o facto de existir um túnel que passa por baixo do rio me deixa bastante desconfiado, mas o facto de existir um relato que dele fale me deixa por outro lado muito curioso! Estes factos que conto são quase tudo o que sei sobre este assunto. Sim, leram bem, quase, ou achavam que ia contar tudo o que sabia? O que para mim foi também importante, e penso que uma lição para todos, é que por trás de uma lenda ou de um “boca-em-boca” existe sempre um fundo de verdade. Neste caso ficamos pelo fundo, uma vez que quase que já o vejo no fim deste túnel. Talvez um dia traga mais novidades sobre este mito…

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A poupança

Já se aperceberam com certeza (ou talvez não porque não fazem ideia do que é ir ás compras) que existem variadíssimos tipos de produtos muito semelhantes, sendo uns de marca reconhecida e outros das chamadas “marcas brancas”. Ora, o interessante neste caso é reparar que existem bastantes pessoas com aspecto bastante humilde a colocar no seu farto carrinho de compras toda e mais alguma gama dos ditos produtos de marca! Sem querer fazer ruir as grandes empresas alimentares faço desde já a minha “despublicidade”: Os produtos brancos são incomparavelmente mais baratos do que os seus análogos de marca! Para quê comprar bolachas de chocolate da “triunfo” se as do Pingo Doce, Lidl e Minipreço são mais baratas?












Muita gente já me tem respondido: “Ah…! O sabor não é igual…noto logo a diferença!” Eu penso para mim: “O sabor não é igual? São bolachas. Bolachas são alimentos dispensáveis, têm açúcar e gordura. Fazem mal… É um gasto supérfluo! Se os senhores têm mesmo que as comprar, porque é que não poupam uns bons €1.5? Sim, porque a diferença de valores neste pequenino pacotinho de bolachas não anda longe deste valor. Claro que quem fala em bolachas de chocolate fala em muitas outras coisas…massas, arroz, iogurtes, quijo, congelados (que são tão bons das marcas brancas!). Eu sempre usei dessas marcas e que me lembre, nunca ouvi nenhum comentário depreciativo relacionado com os alimentos oferecidos em minha casa!
Caríssimos leitores, estamos em crise e todos nós já nos apercebemos disso. Por que motivo havemos de mostrar que podemos levar produtos de marca, para muitas vezes mostrar que temos dinheiro, se nesta altura é tão importante pouparmos alguma coisa?
Vamos deixarmo-nos de esquisitices e começar a optar pelos produtos bons e baratos! Não se justificam diferenças de preços na ordem dos 250% apenas numa etiqueta! Julgo que não querem ser estúpidos ao ponto de pagar diferenças desta ordem de grandeza apenas por uma etiqueta!
Mas ainda mais interessante é observar as incongruências que por vezes ocorrem nestes flagrantes do dia a dia, como quando por exemplo vemos pessoas que gastam rios de dinheiro (sim, daria para encher um rio!) nestes produtos e são incapazes de contribuir com cinco euros para instituições se solidariedade (sublinho o facto de procurarem instituições devidamente credenciadas) que tanto dependem da nossa boa vontade!
Aprendam a poupar!